Senador Esperidião Amin afirma querer mais contribuições de associações e agências interessadas no projeto, que pretende regulamentar uso da infraestrutura

    O relator do PL 3.220/2019 (PDF — 120 Kb), senador Esperidião Amin (PP-SC), retirou o projeto que trata do compartilhamento de postes da pauta de discussão da Comissão de Infraestrutura do Senado nesta 3ª feira (17.jun.2025). Ele afirmou que, desde que apresentou o voto à comissão, em abril de 2025, associações interessadas em contribuir com o debate começaram a contatá-lo, mas ainda espera por mais sugestões.

    Adiar a votação, segundo Amin, daria mais tempo para receber as propostas. “Retomaremos a votação com o objetivo de aprovar o projeto e encerrar sua tramitação nesta comissão no 1º semestre de 2025. Assim vamos aproveitar o maior número de contribuições”, declarou o relator durante a sessão da Comissão.

    Segundo o relator, ele foi procurado pelas seguintes instituições e agências:

    • Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica);
    • Associação NEO (Prestadoras de Serviço de Pequeno Porte);
    • TelComp (Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas);
    • Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica);
    • Apronet (Associação Catarinense de Provedores de Internet);
    • Abrint (Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações);

    Procuradas por este jornal digital para detalhar quais contribuições apresentaram ao senador, as associações ainda não responderam.

    Depois de debatido na Comissão de Infraestrutura, o projeto seguirá para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania).

    O QUE ESTÁ EM JOGO

    O projeto altera a Lei nº 9.472 de 1997 (PDF — 407 Kb) e trata do compartilhamento da infraestrutura de postes entre empresas que prestam serviços de interesse público, como distribuidoras de energia elétrica e empresas de telecomunicações via internet, telefonia e TV a cabo. Entre as principais mudanças propostas estão:

    • direito ao uso compartilhado entre empresas de telecomunicações, energia elétrica ou de outros serviços públicos terão direito de usar, em conjunto, estruturas como postes, dutos e condutos;
    • agências reguladoras setoriais (como a Aneel) passam a ter um papel mais ativo, como definir preços máximos para esse compartilhamento, avaliar e discutir o plano de ocupação da infraestrutura, principalmente os apresentados pelas distribuidoras de energia e mediar e resolver conflitos entre as empresas envolvidas (quem cede e quem usa a infraestrutura);
    • distribuidoras de energia elétrica costumam ser donas da maior parte da infraestrutura física (como os postes). Com essa regra, elas não poderão cobrar valores abusivos das empresas de telecomunicações para o uso compartilhado desses ativos.

     

    OBJETIVOS

    O projeto busca estabelecer regras claras para o uso compartilhado da infraestrutura física (como postes e dutos), com os seguintes objetivos principais:

    • evitar monopólios e práticas abusivas na cobrança pelo uso da infraestrutura;
    • facilitar a expansão de redes de telecomunicações, especialmente internet banda larga e 5G, reduzindo custos;
    • agilizar o uso racional da infraestrutura existente, evitando duplicação de postes ou obras desnecessárias;
    • proteger o interesse público, ao garantir que todos os serviços essenciais possam compartilhar espaço de forma justa e regulada.





    FONTE

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